quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

MUNDO PROTESTANTE EVANGÉLICO BRASILEIRO

         O mundo protestante brasileiro ou evangélico como muitos cristãos preferem dizer, tem no seu histórico uma bagagem cheia de controvérsias e problemas mal resolvidos. Nessa bagagem que missionários protestantes trouxeram, estavam fardos pesados de moralismo, preconceitos, desrespeito cultural e outras coisas mais. Diante dessa flâmula apresentada a nós meros tupiniquins portugueses africanos, nasce à expectativa dos missionários em ver mudanças de comportamento através de suas regras de conduta aprendidas e apreendidas em seu regimento confessional. Uma espécie de código moral que trazia novas formas de pensamentos, novos conceitos, conduta e estilo de vida. Junto com esse programa missionário propagava-se a idéia do sermos diferentes, este ideal relacionava-se apenas no âmbito do testemunho pessoal, ou podemos dizer do testemunho individual. É neste modelo que temos a nossa raiz evangélica brasileira. Outra questão apresentada era a ascese praticada pelos fiéis, os convertidos eram levados a viver uma vida sem o contato com o mundo em que viviam, as questões políticas, econômicas, sociais, esportivas e outras tantas não faziam parte do seu cotidiano. Vivendo desta maneira o cristão passaria ser uma espécie de ponto de referência para aqueles poderiam aderir essa mensagem missionária protestante evangélica. Os que aderiam às normas e condutas transformavam-se em fiéis verdadeiros, aprovados para viver um novo estilo de vida cristã protestante.
            
             Dentro dessa diversidade de novos conceitos, idéias e ideais resta-nos perguntas a serem feitas. O que há de bom neste protestantismo de missão? Na verdade o nome de Cristo foi propagado de acordo com os parâmetros do Reino de Deus? O evangelho pra eles servia apenas para mudança individual ou pessoal de comportamento? Esses são questionamentos que podemos levantar. De acordo com esse histórico, podemos ver e analisar a crise que nós evangélicos estamos vivendo nos dias atuais, estamos definhando junto com a sociedade, a violência, a prostituição, o aborto, a homossexualidade, a libertinagem sexual, as drogas, a crise nas instituições educacionais, sociais, segurança pública e familiar estão fazendo parte de nosso cotidiano. Isso reflete nossa omissão, nosso descaso para com nossas comunidades e cidades, descaso para com nossas crianças e famílias futuras. 

          Diante disso tudo que estamos vivenciando, deixamos de lado o cuidado com nosso mundo, passando a pensar no céu criando um isolamento nas relações que são extremamente relevantes para a humanidade. É nas relações humanitárias que conseguimos criar algo especial para nossas comunidades. Essa ascese irrefletida trouxe-nos grandes problemas, pagamos hoje o preço, centavo por centavo dessa tal negligência. Enquanto estamos com nossas igrejas criando campanhas disso e daquilo, os homossexuais promovem passeatas e lutam por seus direitos matrimoniais. Os políticos ditam as regras e as normas de seus regimes, os traficantes promovem e organizam seus cartéis, os funkeiros promovem sua pornografia e devassidão escancaradamente e por fim pastores e falsos apóstolos propagam um evangelho barato, ineficaz e individualista. Isso é o fim da picada. E nós o que fazemos? Como diria Raul Seixas ‘’ficamos com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar’’.

               Precisamos realmente de uma ética transformadora, não podemos nos conformar com uma igreja sem compromisso, devemos buscar uma ética que esteja alicerçada na liberdade em amor. Devemos superar os ensinos errados do passado que absorvemos em nossas instituições, auxiliando e propagando novos conceitos com base nessa liberdade, passando a gerar cristãos compromissados com o Reino de Deus, compromissados com a vida. Neste ideal de liberdade em amor aprendemos que Deus nos ama, seu amor é demonstrado através desse desígnio, somos livres para amar e cooperar com o Reino através dos valores que Deus preza. Enfim, neste ideal de convivência que Deus nos deixou, podemos pensar novos paradigmas para um mundo melhor, um mundo ético, mais comunitário, com vida em abundância como Jesus apontou.

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